Meu amigo, hoje lembrei de você.
Lembrei dos laços que nos uniram (e ainda unem).
Pode parecer estranho ou até louco, mas me bateu uma imensa vontade de escrever sobre como as coisas estão aqui.
Sinto te dizer que não temos nos encontrado muito, não andamos mais de bicicleta por aí, não vemos filmes sem um centavo no bolso, não ficamos até tarde conversando... É, falta-nos tempo. Estamos vivendo como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Só que não o temos.
Parece pessimista, mas não é.
Ainda pouco estávamos pensando no tempo que temos, que nem sempre o utilizamos para estar perto dos que amamos.. Sempre parecemos ter algo mais importante para fazer... Somos ocupados demais.
Como se compra um sorriso? Me diz onde vende... Eu vou lá.
Como se conquista um coração, uma lágrima pode ser repetida (com o mesmo significado) se o teu amigo não tiver lá pra ver, te ouvir, conversar?
Lembra daqueles aniversários? Tudo improvisado, chamávamos todo mundo, e a comida ainda sobrava. Ia ser sempre um bolinho. - "Ó, mas não repara que vai ser só um bolinho". E tinha pastel, cachorro quente, docinhos... Quanta alegria!
Ríamos, demasiadamente. Não tínhamos muitas preocupações para o dia seguinte. Seria este o segredo?
Existirá um segredo?
Quero um dia poder ter a certeza de que não irei me lamentar novamente, por ter sido ocupada demais. Por não ter tido tempo para ouvir, sorrir, amar, escutar, dançar, viver... .
Não quero me lamentar pelo tempo perdido, pelo que não vivi, pela saudade que estarei sentindo e não terei como suprir.
É o espetáculo diário da vida, de ir atrás daquilo que sonhamos, acreditamos, mas sem deixar de ser quem somos. Não deixemo-nos embrutecer. Não se perca aquilo que sentimos, não deixemos aqueles que amamos, pois a vida não fará o menor sentido.
No fim verás que serás mais lembrado pelas presenças, do que ausências e serás feliz por ter se tornado indispensável para alguém. Preciso dizer: és indispensável para mim.